Conselheiro chegou a ser preso em 2017, reassumiu o cargo em 2023 e responde a processo no STJ. Enquanto esteve afastado, Brazão recebeu normalmente o salário de R$ 52 mil. Domingos Brazão
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Afastado por 6 anos, por suspeita de corrupção, do cargo no Tribunal de Contas do Estado do RJ (TCE-RJ), o conselheiro Domingos Brazão vai receber R$ 581 mil referentes a 420 dias de férias que acumulou neste período – no qual não trabalhou.
Brazão chegou a ser preso na operação Quinto do Ouro, em 2017, e só retornou ao TCE no ano passado.
Pelas regras do tribunal, cada conselheiro tem direito a 60 dias de férias por ano. No período, Brazão recebeu normalmente o salário de R$ 52 mil.
Agora, poderia escolher entre tirar um ano e dois meses de férias ou receber a bolada de R$ 581.400. Brazão escolheu aumentar a conta bancária em mais de meio milhão de reais. A informação foi publicada no Diário Oficial.
O processo contra Brazão por corrupção continua em andamento no Superior Tribunal de Justiça. Ele e outros quatro conselheiros do TCE chegaram a ser presos temporariamente em 29 de março de 2017, na Operação Quinto do Ouro, um desdobramento da Operação Lava Jato no Rio, que desvendou um esquema de corrupção no TCE.
Uma semana depois, todos os cinco conselheiros foram soltos, com restrições impostas pela Justiça. Na ocasião, todos foram impedidos de retornar para seus cargos no TCE. No fim de 2021, o STF autorizou o retorno de Brazão ao cargo.
O conselheiro também foi citado nas investigações da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
O que diz Brazão
Domingos Brazão disse que o pagamento das férias é um direito que foi reconhecido pelo TCE.
Sobre as investigações, afirmou que se encontra à disposição da Justiça para prestar os esclarecimentos e que não tem qualquer participação na morte de Marielle e Anderson.
Publicada por: RBSYS