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Além de máquina de cigarros, Justiça questiona sumiço de mais dois equipamentos pesados da Cidade da Polícia

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Além de máquina de cigarros, Justiça questiona sumiço de mais dois equipamentos pesados da Cidade da Polícia

Os equipamentos estavam entre os bens apreendidos pela Polícia Civil em uma fábrica clandestina de cigarros e que deveriam ter ficado guardados pela Delegacia de Cargas, dentro da Cidade da Polícia, até serem vendidos em um leilão. Além de máquina de cigarros, Justiça questiona sumiço de mais dois equipamentos pesados da Cidade da Polícia Além da máquina de produzir cigarros de 6 metros de comprimento, quase 2 metros de altura e pesa mais de 5 toneladas, também sumiram da Cidade da Polícia - o centro de comando da Polícia Civil no estado- outros dois equipamentos grandes: uma máquina de fazer embalagens e um compressor industrial. A ausência dos outros dois itens foi questionada pela Justiça. Os equipamentos estavam entre os bens apreendidos pela Polícia Civil em uma fábrica clandestina de cigarros e que deveriam ter ficado guardados pela Delegacia de Cargas, dentro da Cidade da Polícia, até serem vendidos em um leilão. Em uma manifestação da Justiça do Trabalho, o juiz pede que o fiel depositário, ou seja, a Polícia Civil informe a localização da máquina elaboradora e da máquina embaladora, além de informar sobre a suposta troca do compressor industrial. O RJ2 apurou que o compressor teria sido trocado no depósito da Delegacia de Cargas. Alguém teria substituído o que foi apreendido e deveria ter sido entregue ao vendedor. Os equipamentos têm as seguintes características: O compressor mede aproximadamente um metro e meio, pesa 400 kg e custa em torno de R$ 60 mil reais, quando novo. A máquina embaladora mede cerca de um metro e meio, pesa 600 kg e serve para colocar uma embalagem de plástico filme em volta de vários produtos, como um maço de cigarro. O Ministério Público do Trabalho, que ajudou a encontrar os trabalhadores em situações precárias na fábrica clandestina e participou da apreensão do equipamento, também está cobrando providências à Polícia do Rio. Área da Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio Reprodução/TV Globo O responsável pelo depósito na época do furto já foi preso, suspeito de vender toneladas de maconha que tinham sido apreendidas para bandidos do Comando Vermelho. O sumiço da máquina de produzir cigarros ocorreu às vésperas do carnaval do ano passado e foi noticiado com exclusividade pelo RJ2 desta quarta-feira (20). Nesta quinta, o governador Cláudio Castro se pronunciou sobre o caso, afirmando ter feito “uma cobrança muito dura” ao secretário de Polícia Civil, Marcus Amim, sobre o furto do equipamento. O furto da máquina só foi percebido quatro meses depois, após a máquina ter sido arrematada num leilão, quando a empresa vencedora foi até a Cidade da Polícia para verificar o equipamento. Investigações Máquina de produzir cigarro que foi furtada de dentro da Cidade da Polícia Reprodução/TV Globo As investigações para apurar o caso foram abertas em novembro do ano passado. Desde o sumiço, a secretaria de Polícia Civil teve duas trocas de comando. Somente na atual, o inquérito foi instaurado na corregedoria - 9 meses depois do crime. Quase cinquenta policiais foram ouvidos. A investigação já sabe que o furto contou com a ajuda de pessoas tinham acesso ao depósito. Ele não foi arrombado: quem entrou para retirar o equipamento, tinha a chave. Na época do furto, um dos responsáveis pelo controle de acesso ao depósito era o policial Juan Felipe Alves da Silva, ex-chefe do setor de investigação da Delegacia de Roubo e Furto de Cargas. Em outubro do ano passado, ele, outros 3 policiais civis e um advogado foram presos suspeitos de vender 16 toneladas de maconha, que tinham sido apreendidas na Via Dutra, para bandidos do Comando Vermelho. A carga deveria ter sido levada para a Cidade da Polícia, mas foi descarregada por bandidos em Manguinhos. Outra conclusão do inquérito é que os criminosos teriam usado um caminhão do tipo Munck. Só a carroceria do veículo que transportou a máquina mede mais de 14 metros. E ele ainda tem um equipamento parecido com um guindaste para içar peças pesadas, como a máquina que foi furtada. Além de tirar a peça do chão, os envolvidos precisaram tirar o objeto do depósito para depois colocarem no caminhão, e fizeram tudo isso, sem levantar suspeitas. Além de não ter sido aberta logo após o furto, o que atrapalha a obtenção de provas, a investigação não poderá contar com um recurso muito importante para solucionar crimes: imagens de câmeras de segurança. Isso porque no dia do crime a Cidade da Polícia - um local com 15 delegacias e mais de 3 mil agentes - não tinha esses equipamentos instalados. Segundo depoimentos que constam na investigação, só em meados do ano passado, Cidade da Polícia passou a ter câmeras. Entretanto, os equipamentos foram instalados só na portaria e, ainda de acordo com os depoimentos, elas não funcionam como deveriam por problemas nos softwares. " É uma cobrança que eu tô fazendo pra secretaria, que a gente melhore a infraestrutura da Cidade da Polícia pra que situações como essa não aconteçam mais. Eu fiz uma cobrança muito dura ao secretário Amim assim que eu soube e determinei uma apuração severa, rigorosa e que a gente puna quem fez esse mal feito", disse Castro. O Ministério Público do Trabalho afirmou que espera que o material seja encontrado e que a quantia arrecadada com o leilão seja repassada aos trabalhadores encontrados em condições precárias. O RJ2 apurou que a Polícia Civil informou ontem à Justiça do Trabalho que a outra máquina que sumiu, a embaladora, estava desmontada na hora da entrega do equipamento ao vencedor do leilão e que no momento o responsável não deu falta dessa embaladora. A Polícia Civil reforçou que não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta e atividade ilícita e reiterou o compromisso de combate ao crime em defesa da sociedade. Afirmou, por fim, que os envolvidos serão punidos no rigor da lei. O RJ2 não localizou a defesa do policial civil Juan Felipe.

Publicada por: RBSYS

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