Luiz Carlos dos Santos se interessou pelo universo da observação de aves há sete anos. Atividade ajuda aposentado a evitar o estresse. Aos 60 anos de idade, aposentado acumula 480 espécies de aves registradas
Arquivo pessoal
O aposentado Luiz Carlos dos Santos, de 60 anos, decidiu se dedicar ao registro de aves após o final de sua carreira dentro do sistema penitenciário. Natural de Bom Sucesso, região centro-norte do Paraná, Luiz viveu sua infância na área rural, e foi assim que iniciou seu contato com a natureza.
Sem qualquer conhecimento teórico com fotografia, Luiz começou a registrar paisagens, flores, insetos e, principalmente, aves. O aposentado foca nelas porque, segundo ele, há muita diversidade de espécies e as definiu como "fascinantes".
“Nos últimos anos de trabalho, resolvi me dedicar um pouco mais a fotografar por conta do estresse, além de focar na observação e registro das aves. Sempre gostei de tirar fotos da natureza”, explica.
Saíra-beija-flor (Cyanerpes cyaneus) registrada no Parque Estadual do Aguapeí, em Nova independência (SP)
Luiz Carlos dos Santos
Durante suas viagens, Luiz sempre busca acrescentar novas espécies de aves em seu portifólio. O paranaense explica suas preferências técnicas nos ambiente para tirar suas fotografias.
“Gosto de fotografar em ambientes abertos, campos, pastagem, e locais alagados, pois é mais fácil à visualização. Em lugares fechados, como a mata, a dificuldade é muito grande em conseguir boas fotos, devido às condições que interferem como luz, sombras, galhos e folhas”, conta.
Além das questões geográficas, o aposentado ressalta a importância das condições climáticas nos dias em que fotografa, e de se adaptar às dificuldades técnicas durante o processo.
“Gosto de fotografar em dias com pouca luz e nublados, pois com muita luz e sombra, é necessário mudar a configuração do equipamento, e nem sempre há tempo pra isso. A ave não espera”, comentou.
Falcão-peregrino
Em meio aos 480 registros de espécies feitos por Luiz, um é considerado inesquecível: o falcão-peregrino (Falco peregrinus), uma ave de rapina de médio porte.
Falcão-peregrino fotografado pelo aposentado em 2019, na cidade de Maringá (PR)
Luiz Carlos dos Santos
Considerada a ave mais rápida do mundo, a espécie pode ser encontrada em todos os continentes exceto na Antártida. O aposentado fez um registro dela em janeiro de 2019, na cidade de Maringá (PR), e definiu o momento como "memorável".
Tovaca-campainha
O paranaense também fotografou a tovaca-campainha (Chamaeza campanisona), uma ave da família Formicariidae.
A tobaca, como é conhecida no Rio de Janeiro, está presente nos estados do Ceará e Alagoas, na região que vai do sul da Bahia ao Rio Grande do Sul e também na Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai e Argentina. Luiz registrou a ave em Paranavaí (PR), em outubro de 2022.
Tocava-campainha foi vista em outubro de 2022, na cidade de Paranavaí (PR)
Luiz Carlos dos Santos
“A tovaca-campainha é difícil de ser encontrada, geralmente é vista em reserva de matas bem preservadas, fácil de ouvir o canto, mas difícil de fotografar. Até hoje, só consegui um único registro”, conta.
Além dessas duas espécies, Luiz é apaixonado pela família das saíras, sendo sua favorita na hora de passarinhar. Segundo o aposentado, a diversidade de cores presente nas saíras deixa tudo especial.
Ao longo dos anos, Luiz Santos registrou mais de 400 espécies de aves. Para ele, todos os novos encontros são emocionantes, ainda mais se ele consegue realizar um registro inédito para sua coleção.
*Texto sob supervisão de Giovanna Adelle
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Publicada por: RBSYS