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Conta de luz pressiona inflação em setembro no Brasil

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Conta de luz pressiona inflação em setembro no Brasil

Com a falta de chuva, entram em ação as usinas termelétricas, que produzem uma energia bem mais cara do que a hidrelétrica, a eólica ou a solar. Inflação do país foi de 0,44% em setembro A inflação oficial do Brasil foi de 0,44% em setembro. O maior impacto no IPCA foi a conta de luz. O sobrenome da família não deixa ninguém na casa esquecer o assunto: Luz - e a conta que vem junto com ela. "A conta vem salgada e vem aumentando. O ar condicionado ligado..." , diz o empresário Daniel Ribeiro da Luz. Seguindo vários exemplos na vizinhança, a família Luz resolveu produzir a própria. As placas solares começaram a funcionar nesta quarta-feira (9) e, de agora em diante, a casa é autossuficiente em energia. "Traz mais conforto e também valoriza o nosso patrimônio. A nossa casa passa a ser mais valorizada”, afirma o aposentado Gelson Monteiro da Luz. Cada placa no telhado de uma casa indiretamente beneficia a cidade inteira, porque as fontes renováveis diminuem o custo geral da produção de energia. Mas, para a grande maioria dos consumidores, o momento é de alerta. Energia elétrica residencial: de abril de 2022 a junho de 2024 Jornal Nacional/ Reprodução A conta de luz dos brasileiros teve uma longa sequência de bandeiras verdes, de abril de 2022 até junho de 2024. Em julho, com a baixa nos reservatórios, a bandeira ficou amarela. Voltou para verde em agosto e foi direto para vermelha em setembro. É essa conta que está pesando agora. E vai pesar ainda mais em novembro, porque em outubro a bandeira se tornou vermelha - patamar 2, o nível mais alto de tarifa. A cor da bandeira é como se fosse a etiqueta do preço de acender a luz. Com a falta de chuva, entram em ação as usinas termelétricas, que produzem uma energia bem mais cara do que a hidrelétrica, a eólica ou a solar. "Quando é um produto que ela compra no supermercado, ela vê na hora que o preço aumentou, é mais fácil perceber esse aumento de preço. O preço da energia não, demora mais a perceber e, muitas vezes, o consumidor demora a reagir a esse aumento tarifário”, explica José Ronaldo de Souza Júnior, professor do Ibmec. A conta de luz ficou 5,36% mais cara em setembro. Em algumas capitais, subiu ainda mais do que essa média nacional. Especialmente em Rio Branco e Porto Alegre, com altas acima dos 7%. E como a conta de luz é um item importante no orçamento das famílias, tem grande impacto na inflação. Por todos esses motivos, a hora é de pensar bem antes de apertar o interruptor. "Agora é a hora de conter o consumo de energia e, por outro lado, para um país como um todo, é bom que esse consumo de energia seja diminuído, justamente para poupar a energia da hidrelétrica, que está com o reservatório baixo”, afirma José Ronaldo de Souza Júnior. INPC A energia elétrica subiu para todos os brasileiros. Mas qualquer alta de preços atinge os brasileiros de forma diferente. “As pessoas de renda mais baixa, por exemplo, tendem a gastar mais dinheiro com alimentos proporcionalmente à sua renda do que pessoas que têm mais dinheiro, mais ricas. Naturalmente, se a gente observa um período em que o preço dos alimentos fica mais alto, consequentemente, isso vai impactar os pobres do que os ricos”, afirma Renan Pieri, economista da FGV. O IBGE tem um índice de inflação separado: o INPC, para registrar o aumento da inflação em famílias que ganham até cinco salários mínimos. E o INPC de setembro mostrou uma alta de 0,48%, justamente por causa do impacto dos alimentos. “Mais ou menos um mês atrás a gente estava comprando fruta de R$ 6 e pouco, agora está R$ 8,99 quase. A laranja. Então está aumentando um pouco os preços, principalmente frutas”, diz uma consumidora. “A gente faz opção mais para o frango, a carne de porco, essas coisas, ovo... Porque a carne vermelha está muito, muito ruim mesmo, o preço está absurdo”, afirma a dona de casa Helenita Guerreiro. Alimentos: a alta de setembro veio depois de dois meses de deflação. Jornal Nacional/ Reprodução A alta de setembro veio depois de dois meses de deflação. O preço dos alimentos tinha caído tanto em julho quanto em agosto. A alta, agora, foi puxada pelas frutas - o mamão teve uma alta de mais de 10% -, mas também palas carnes, que subiram mais de 3%. Mamão, carne, produtos muito diferentes, mas que têm na origem da alta o mesmo motivo. E sim, é o mesmo motivo do aumento da eletricidade: os problemas climáticos. Aliados também a uma recomposição dos preços, que em 2023 e no primeiro semestre de 2024, se mantiveram em baixa. Mas, apesar da alta, a inflação segue em um patamar historicamente baixo e dentro da meta. “Isso sinaliza que a inflação está controlada no momento no Brasil. A gente pode ter alguns produtos que sobem mais, que chamam mais a atenção do consumidor. Mas, na média, o poder de compra do brasileiro está basicamente protegido”, afirma economista Renan Pieri, da Fundação Getúlio Vargas. São os efeitos da sazonalidade. Muito bem explicados também pela Helenita: “Fica oscilando. Às vezes, um produto abaixa, que nem a cebola estava mais de R$ 10. Agora, está R$ 3,98. Outros sobem. Fica nesse joguinho, né? Tem que pesquisar”, diz. LEIA TAMBÉM Inflação, calor e seca: mudanças climáticas devem encarecer alimentos e energia no longo prazo; entenda Haddad diz que alta da inflação em setembro é temporária e emenda: 'Juro não faz chover' IPCA: preços sobem 0,44% em setembro, com disparada da energia elétrica

Publicada por: RBSYS

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