Maduro toma posse para novo mandato na sexta-feira (10), após eleições amplamente contestadas. Ministério das Relações Exteriores chileno afirma que falta abertura ao governo venezuelano e diálogo bilateral eficaz entre os países. Presidente do Chile, Gabriel Boric (à esquerda), e presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Jose Luis Magana/AP/Leonardo Fernandez Viloria/Reuters
O Chile convocou seu embaixador na Venezuela, Jaime Gazmuri, para retornar ao país nesta terça-feira (7). A medida, tomada a poucos dias da posse do presidente venezuelano Nicolás Maduro para um novo mandato, é considerada uma repreensão em termos diplomáticos.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores chileno, a convocação ocorreu justamente por conta da posse de Maduro, fruto do que chamou de "fraude eleitoral".
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"O Governo do Chile decidiu pôr fim à missão de seu embaixador na Venezuela, o senhor Jaime Gazmuri. Essa medida responde à evolução dos acontecimentos a partir das eleições presidenciais de 28 de julho de 2024 na Venezuela, após as quais Nicolás Maduro afirmou que continuará sendo o Presidente daquele país a partir de 10 de janeiro, como resultado da fraude eleitoral perpetrada por seu regime", afirmou o ministério em nota.
O embaixador era o último representante do governo chileno em território venezuelano. O restante do corpo diplomático, que ficavam na embaixada na capital Caracas, havia sido expulso do país em agosto, em meio a questionamentos da comunidade internacional acerca da eleição de Maduro. A prática do governo venezuelano foi adotada contra outros países sul-americanos.
A represália do governo chileno ocorre às vésperas da posse de Maduro para um novo mandato, marcada para sexta-feira (10). O governo do Paraguai cortou relações diplomáticas com a Venezuela na segunda-feira.
Leia a nota do governo chileno na íntegra abaixo:
"O Ministério das Relações Exteriores informa que o Governo do Chile decidiu pôr fim à missão de seu embaixador na Venezuela, o senhor Jaime Gazmuri.
Essa medida responde à evolução dos acontecimentos a partir das eleições presidenciais de 28 de julho de 2024 na Venezuela, após as quais Nicolás Maduro afirmou que continuará sendo o Presidente daquele país a partir de 10 de janeiro, como resultado da fraude eleitoral perpetrada por seu regime.
Após a expulsão do pessoal diplomático chileno de Caracas em agosto passado, tem aumentado a falta de abertura, o que, junto à intensificação da crise desencadeada, tem impedido o desenvolvimento de um diálogo bilateral eficaz.
Finalmente, o Chile espera que a Venezuela possa retomar o caminho da democracia e da promoção e proteção dos direitos humanos, valores que hoje estão ausentes naquele país irmão."
Publicada por: RBSYS