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Em guerra com a milícia na Zona Oeste, tráfico avança e está perto de fechar 'cinturão'; entenda

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Em guerra com a milícia na Zona Oeste, tráfico avança e está perto de fechar 'cinturão'; entenda

O RJ2 mostrou que os dois grupos criminosos tentaram um acordo, mas lideranças que estão presas seguem ordenando ataques. Estratégia do tráfico permitiria fácil acesso a área de mata para fugas e esconderijo. Pelo menos 14 localidades foram invadidas por traficantes. Em guerra com a milícia na Zona Oeste, tráfico avança e está perto de fechar 'cinturão'; entenda Desde os anos 1980, grande parte da Zona Oeste do Rio de Janeiro é dominada por grupos de milicianos. Essa realidade vem passando por transformações nos últimos dois anos, quando bandidos da maior facção criminosa do estado passaram a invadir comunidades da região. Durante essa guerra, o Comando Vermelho (CV) conseguiu dominar muitos territórios que eram controlados por milicianos e atualmente estão perto de fechar o que eles chamam de "cinturão do tráfico". A estratégia do grupo criminoso é consolidar o domínio em favelas estratégicas para que a facção possa controlar a região e ter fácil acesso a área de mata. O objetivo é ter mais opções para fuga e esconderijos. Os chefes do CV também acreditam que o "cinturão do tráfico" é a melhor maneira de escapar de possíveis operações policiais na região, já que a área de mata também liga a Zona Oeste a áreas como a Grande Tijuca, e os bairros de Quintino e Água Santa, na Zona Norte, regiões dominadas pela mesma facção. Mapa do crime Atualmente, pelo menos, 14 comunidades historicamente dominadas por milicianos são comandadas por traficantes. São elas: Santa Maria Teixeiras Covanca Bateau Mouche Barão Chacrinha Chácara Quiririm Tirol Quitite Araticum Jordão Banco Muzema A invasão mais recente aconteceu na Muzema. A favela que fica no Itanhangá, ficou em guerra por meses. Em janeiro de 2023, o RJ2 já mostrava que milicianos e traficantes disputavam o controle do território com tiroteios e mortes. Em dezembro do ano passado, milicianos e bandidos do Comando Vermelho entraram em confronto novamente. Na ocasião, paramilitares tentaram expulsar os traficantes para assumir o controle da comunidade novamente. Em guerra com a milícia na Zona Oeste, tráfico avança e está perto de fechar 'cinturão' Reprodução TV Globo Na última semana, na região conhecida como Teixeiras, que fica na Taquara, traficantes jogaram uma bomba de fabricação artesanal na direção de PMs, durante uma operação policial. A guerra entre tráfico e milícia também persiste em outras regiões da Zona Oeste. Tiroteios são frequentes na Gardênia Azul, na Caixa D´água, que fica no Tanque, Colônia - Taquara - e no conjunto César Maia - em Vargem Pequena. Rio das Pedras resiste Há alguns anos a milícia que nasceu na Zona Oeste vinha em grande expansão na cidade do Rio, mas atualmente, pelo menos na Zona Oeste, sua atuação está restrita a Rio das Pedras. Guerra entre traficantes e milicianos apavora moradores de comunidades da Zona Oeste No local, que é considerado o berço da milícia no Rio, moram cerca de 200 mil pessoas. Todas elas sob as ordens dos milicianos. "O tráfico foi vindo, foi vindo, foi vindo, e hoje dominou. Só tem o Rio das Pedras. O Gardênia é tráfico, de Muzema em diante é tráfico, só Rio das Pedras que ainda não é", disse um morador que não terá sua identidade revelada. Ordens da cadeia Na madrugada do último domingo (17), houve mais um assassinato em Rio das Pedras. O crime teria ocorrido por desavenças. Fontes do RJ2 disseram que a ordem para matar o homem partiu de Tailon de Alcântara Pereira Barbosa, um dos chefes da milícia de Rio das Pedras. Ele está preso no Complexo de Bangu. Tailon foi preso pela Polícia Federal dias depois da execução de três médicos em um quiosque, na Barra da Tijuca. Na ocasião, um dos médicos foi confundido por traficantes do Comando Vermelho com Tailon. Durante pouco mais de três meses, Tailon esteve em Bangu 1, onde estava incomunicável. Contudo, ele acabou transferido para a Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza, de onde voltou a comandar a milícia de Rio das Pedras. Tailon foi preso em casa em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes Reprodução / TV Globo O pai dele, Dalmir Barbosa, preso no mesmo dia, também é suspeito de chefiar a milícia. Cessar-fogo não avança As lideranças dos dois grupos criminosos em guerra tentaram iniciar um diálogo para por fim ao conflito permanente na Zona Oeste do Rio. Porém, o clima de rivalidade e o histórico de mortes de ambos os lados não permitiram que a negociação tivesse um desfecho positivo para os moradores da região. No meio da guerra entre traficantes e milicianos estão os moradores da Zona Oeste. Além de ficar sob fogo cruzado, tendo que conviver com invasões, tiroteios e mortes, a população também sofre com os métodos adotados pelos dois grupos criminosos. Os "novos donos", os traficantes, adotaram as mesmas estratégias e métodos que antes eram impostos pela milícia da região. Eles cobram taxas por quase todos os serviços realizados na comunidade e ainda tomam propriedades dos trabalhadores. "Se não bastasse a sacanagem que já se faz, né, que a milícia faz com o morador, que é de tomar, tomar, tomar, e numa falsa de segurança que tá sendo provada que não existe e nunca existiu, o tráfico também tá vindo numa vertente muito pior. O Estado ele assiste. Ele não combate, ele é omisso. É incrível ver a ineficiência da polícia", reclama um morador. "É morte todos os dias. São pessoas sendo expulsas, são pessoas perdendo suas casas, perdendo um patrimônio que lutaram a vida inteira para ter. É vergonhoso", completou. Cerca de 200 mil pessoas moram na favela de Rio das Pedras Reprodução TV Globo Preocupados em perder seus territórios, os milicianos passaram a explorar ainda mais os moradores que ainda estão sob seus domínios. Em Rio das Pedras, por exemplo, já existe até a inflação da bandidagem. Muitos moradores consideram que morar na região é "insustentável". "É absurdo a exploração que já existia e agora triplicou. Porque o povo tá tendo que pagar dos dois lados, amigo. Na Muzema, é tráfico e milícia. Tem que pagar pro traficante, tem que pagar pra milícia", acrescentou o morador. Enquanto isso, os moradores dizem que as autoridades de segurança só atuam com medidas paliativas. Eles dizem estar abandonados. "É triste, triste, muito triste. Infelizmente, é algo que parece o fim dos tempos", lamentou. O que dizem as polícias Em nota, a Polícia Civil informou que tem investigações em andamento para identificar e prender os criminosos da região e que faz operações para descapitalizar e enfraquecer os grupos criminosos, além de apreender armas. Já a Polícia Militar informou que o Batalhão de Jacarepaguá tem feito operações frequentes na região e que conta com roteiros de rondas para evitar a prática de crimes na área.

Publicada por: RBSYS

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