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Gravações, 'autorretrato' e texto do golpe: indícios mantidos por investigados marcam apurações contra Bolsonaro e ex-integrantes do governo

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Gravações, 'autorretrato' e texto do golpe: indícios mantidos por investigados marcam apurações contra Bolsonaro e ex-integrantes do governo

PF encontrou áudio de reunião sobre investigações de suposta rachadinha de Flávio Bolsonaro, vídeo de reunião de cúpula sobre suposta tentativa de golpe, texto que previa estado de sítio 'dentro das quatro linhas' e imagem de rosto de um investigado por desvio refletida no presente desviado. Foto no inquérito da PF mostra Bolsonaro e Mauro Lourena Cid e Mauro Cid em estabelecimento em Nova York, em setembro de 2022. Nesse dia, segundo a PF, há indícios de que Mauro Lourena repassou dinheiro a Bolsonaro Divulgação Investigações da Polícia Federal contra o Jair Bolsonaro (PL) e pessoas próximas têm governo e ex-integrantes do governo do ex-presidente têm sido marcadas pelo encontro de gravações e outros registros mantidos pelos investigados. Entre eles, estão: Um áudio gravado pelo então diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin), Alexandre Ramagem, e uma reunião da qual também participaram Bolsonaro, o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, e uma advogada de Flávio Bolsonaro (o assunto era a investigação da rachadinha contra o filho do ex-prsidente); Um vídeo da reunião de cúpula do governo Bolsonaro ocorrida em julho de 2022, na qual o então presidente e ministros discutem, segundo a PF, uma tentativa de golpe de estado. A gravação estava no computador de Mauro Cid; Um documento que previa o estabelecimento de um estado de sítio no Brasil '"dentro das quatro linhas [da Constituição]" apreendido num gabinete do ex-presidente. Segundo a defesa, Bolsonaro decidiu imprimi-lo para facilitar a leitura; Uma foto em que Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tem o rosto refletido na caixa de uma escultura que, segundo a PF, foi levada para o exterior ilegalmente para ser vendida. Essas provas fazem parte de inquéritos relatados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que investigam atuações de Bolsonaro, integrantes do governo do ex-presidente e outras pessoas (além deles, há uma extensa lista de pedidos de investigação contra Bolsonaro no STF.) Veja, abaixo, mais detalhes de cada uma delas, Áudio gravado por Ramagem Ramagem gravou uma reunião ocorrida em 25 de agosto de 2020. Nela, segundo a PF, o então diretor da Abin discute com Bolsonaro (PL) e Heleno a invetigação que trata de possível rachadinha contra seu filho, o senador Flávio Bolsonaro. Na reunião gravada, os participantes buscaram maneiras de descredibilizar essas investigações usando órgãos do governo, de acordo com a Polícia Federal. Os participantes da reunião negam que tenham cometido qualquer irregularidade. Em determinado momento da reunião gravada, a advogada de Flávio Bolsonaro, Luciana Pires, fala em buscar dados sobre pessoas envolvidas em apurações contra o filho do então presidente. Para os investigadores, isso evidencia o uso da estrutura da Abin para tentar retaliar os auditores da Receita que investigaram Flávio. A reunião tem pouco mais de 1h. Poucos minutos após o início, Bolsonaro diz: "Ninguém tá pedindo favor aqui, [inaudível] é o caso conversar com o chefe da Receita. O Tostes". Ele se referia a José Tostes, então chefe da Receita Federal. Os demais participantes concordaram com essa possibilidade. Depois, Bolsonaro sugere falar com Gustavo Canuto, que era na época o presidente do Dataprev, empresa de tecnologia do governo federal que lida com dados da administração pública. "É o zero um dos caras. Era ministro meu e foi pra lá. Sem problema nenhum. Sem problema nenhum conversar com ele. Vai ter problema nenhum conversar com o Canuto", explica Bolsonaro. O então presidente chega a dizer: "Tá certo. E, deixar bem claro, a gente nunca sabe se alguém tá gravando alguma coisa. Que não estamos procurando favorecimento de ninguém". Reunião da cúpula do governo sobre eleição de 2022 Um vídeo armazenado no computador de Mauro Cid, o ajudante de ordens, registrou uma reunião entre o ex-presidente Bolsonaro e a cúpula de seu governo em julho de 2022, poucos meses antes da eleição presidencial em que ele foi derrotado por Lula (PT). A gravação se tornou um dos principais materiais de investigação da Polícia Federal sobre a tentativa de um golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder mesmo com a derrota. Veja íntegra do vídeo da reunião em que Bolsonaro e ex-ministros discutem trama golpista Em vários trechos da gravação, Bolsonaro faz ataques infundados à lisura das eleições e pede ações de seus ministros, que respondem em tom de cooperação (veja trecho da conversa no vídeo acima). Ele também afirma que ações devem ser tomadas para reverter a tendência de derrota nas eleições. Bolsonaro mencionar acionar o "plano B" e agir antes do resultado do pleito. Um de seus principais auxiliares, o general Augusto Heleno, fala em "virar a mesa". Essa frente de investigação ainda não foi concluída. Bolsonaro, entretanto, foi impedido provisoriamente de deixar o país. Por meio de seus advogados, Bolsonaro disse que nunca compactuou com ideias golpistas. A defesa do presidente também afirmou que o documento golpista estava com ele no PL porque foi enviado pelos próprios advogados (detalhes mais abaixo). Bolsonaro convoca a ministros a agirem nas eleições Minutas de golpe impressas Ainda na investigação sobre a tentativa de golpe de estado, a PF encontrou, em fevereiro de 2024, um documento que declarava o estabelecimento de um estado de sítio "dentro das quatro linhas [da Constituição]" e, posteriormente, uma Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O documento estava no gabinete de Jair Bolsonaro (PL) na sede do Partido Liberal (também foi encontrado no celular de Mauro Cid). Na época, a defesa de Bolsonaro afirmou que o presidente só teve conhecimento da minuta em outubro de 2023, quando ele já havia saído do poder, o que fundamentaria "sua distância de qualquer empreitada ilegal". A defesa afirmou que o ex-presidente resolveu imprimir o arquivo para facilitar a leitura do texto e, por esse motivo, o documento teria sido deixado dentro do gabinete do presidente. PF encontra na sede do PL documento com argumentos para decretação do estado de sítio Reprodução Pai de Mauro Cid refletido em caixa de item desviado, segundo a PF Bolsonaro é alvo, ainda, de investigações sobre um suposto desvio de presentes oficiais pertencentes ao governo brasileiro (nesse caso, o ex-presidente foi indiciado no início do mês por peculato, que é a apropriação de bens públicos, associação criminosa e lavagem de dinheiro). Um dos 4 conjuntos de presentes, que segundo a PF, foram desviados, é composto por duas esculturas douradas, uma de uma palmeira e outra de um barco, que foram presenteadas por autoridades estrangeiras e "foram intencionalmente, subtraídas do acervo público brasileiro, por determinação do ex-presidente, para serem vendidas ilegalmente nos Estados Unidos." Nas investigações, a PF encontrou uma foto tirada pelo general Mauro Lourena Cid (também indiciado peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro), em que ele aparece refletido na caixa que levava a estrutura do coqueiro. A imagem foi um dos elementos anexados à operação deflagrada em agosto de 2023 e que fez buscas em endereços ligados a Cid pai, Cid filho e a outros assessores e aliados de Bolsonaro. Bolsonaro sempre negou irregularidades.

Publicada por: RBSYS

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