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Mariquita-amarela é flagrada pela 1ª vez no Sudeste

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Mariquita-amarela é flagrada pela 1ª vez no Sudeste

Registro é o único para região no WikiAves, plataforma de ciência cidadã de observação de aves. Espécie migratória ocorre no Norte do Brasil, de novembro a fevereiro. Mariquita-amarela foi flagrada por observador de aves na cidade de Rio Claro, SP. Cesar Eduardo Nyari A mariquita-amarela (Setophaga petechia) é uma ave migratória, que nidifica na América do Norte e viaja para o Sul durante o inverno boreal. No Brasil, a ave pode ser vista na região amazônica, durante o verão, tendo poucos registros nos estados do Amazonas, Para, Amapá, Rondônia e Roraima. Por isso o espanto entre pesquisadores e observadores de aves quando o médico veterinário e fotógrafo da avifauna Cesar Eduardo Nyari flagrou uma mariquita-amarela no interior de São Paulo, na cidade de Rio Claro, no começo de fevereiro. Ele conta que, à princípio, não imaginou que seria a espécie. “Eu estava passarinhando pela Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade (Horto) pela manhã, como já faço há quase 20 anos, e comecei a fotografar as aves. Nisso, flagrei uma toda amarelinha e até comentei com a minha esposa que não sabia qual espécie era, pensei ser a fêmea talvez da saíra-ferrugem, que ocorre ali, ou alguma ave com troca de plumagem”, relembra. Mariquita-amarela flagrada na cidade de Boa Vista, em Roraima. Nereston Camargo No dia seguinte, ele procurou na internet a identificação da ave até encontrar a mariquita-amarela. “Pensei 'nossa, não acredito que essa ave voou até aqui'. Com tão poucos registros e tão distante, com certeza meu 'lífer' mais inesperado e surpreendente até hoje, pelo fato de onde foi o registro. Muito gratificante, aprendendo a cada dia com esses pequenos seres", conta. Por ora, esse é o primeiro registro da mariquita-amarela em todo Sudeste no WikiAves, plataforma nacional de observadores de aves. Para o ornitólogo Luciano Naka, a presença da ave na cidade pode ser resultado de dois principais fatores: um desvio de rota ou até uma modificação no padrão migratório. “Essa mariquita-amarela pode ter perdido o rumo e ido parar bem distante da área de invernada regular da espécie, sendo esse apenas um caso isolado, sem maiores consequências", diz Luciano. "Mas, se pensarmos em uma modificação da rota migratória, teríamos que avaliar possíveis causas, como o efeito das mudanças climáticas nestas mudanças. Acredito que ainda não temos evidências para sustentar qualquer uma destas hipóteses, precisaríamos de mais tempo”, esclarece. Mariquita-amarela nidifica no Hemisfério Norte e migra para o Sul. Diomedea/iNaturalist Há ainda a possibilidade da mariquita-amarela ocorrer com certa frequência na região, mas não ter sido muito registrada pelo pouco conhecimento sobre os padrões de distribuição das aves migratórias. Entretanto, para o especialista, essa é a hipótese menos provável. “Não faz tanto sentido, porque o encontro aconteceu na região do Brasil com o maior número de observadores de aves. Uma ave que ocorra regularmente na região, provavelmente já teria sido flagrada em São Paulo”, diz. A mariquita-amarela é uma espécie insetívora, embora possa ingerir pequenos frutos eventualmente. A ave constrói pequenos ninhos e a fêmea bota de 4 a 5 ovos por ninhada. Há dimorfismo sexual, ou seja, machos e fêmeas apresentam padrões de plumagem diferentes entre si. “Enquanto os machos apresentam uma cor amarela intensa com listras avermelhadas no peito e nos flancos, as fêmeas não possuem as listras e de forma geral têm uma coloração menos chamativa”, finaliza Luciano. VÍDEOS: Destaques Terra da Gente Veja mais conteúdos sobre a natureza no Terra da Gente

Publicada por: RBSYS

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