Em 2023, o fenômeno El Niño intensificou ainda mais esse aspecto desértico na região. Jornalista Daniela Branches em Nevado Mismi, região que s encontra a nascente do rio Amazonas.
Alexandro Pereira/Rede Amazônica
A jornalista Daniela Branches, da Rede Amazônica, que participou da série "Expedição Mismi: caminho à nascente do Rio Amazonas", descreveu a seca na região de Nevado Mismi, na província de Caylloma, a mais de 77 quilômetros da cidade de Arequipa, no Peru, como um cenário notório. É ali que nasce o rio mais extenso do mundo, conforme um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
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Naquela região, o período de seca se inicia entre os meses de abril e novembro, por isso, é possível se deparar com um local desértico. No entanto, no ano de 2023, o fenômeno El Niño intensificou ainda mais esse aspecto na região.
" Nós fomos no fim de outubro. Já estava terminando o período, mas ainda seguia muito seco. Era um cenário desértico. Embora não tenhamos ido nas regiões de rios, onde havia uma correnteza, algum córrego estava seco. E a população daquele local precisou construir pequenas represas para armazenar essas águas", disse a jornalista.
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Alexandro Pereira, da Rede Amazônica
Com apenas um reservatório, o povo de Nevado Mismi consegue se manter com as águas da chuva que ainda atingem a área.
"Eles chegam até racionar a água. Por isso, eles se organizam para não deixar faltar e todo mundo ter. Existe uma espécie de 'veia', onde os controladores administram para o destino dessas águas. Então, cada agricultor possui uma reserva para usar", destacou.
Em Nevado Mismi, onde também nasce o rio Amazonas, é comum o período de neve, no entanto, com as mudanças climáticas, esse fenômeno mudou o cenário de nevasca na região.
"A população fala muito do aquecimento global, porque a região já teve muita chuva, então hoje, durante esse período que vai de novembro a abril, que é o período que o nevado precisa nevar, eles dizem que o espaço de chuva é de 20 a 20 dias", ressaltou a jornalista.
Contudo, a falta de neve em Nevado Mismi não é o principal problema para a nascente do rio Amazonas. De acordo com Daniela Branches, que entrevistou o geólogo Marco Antônio, o impacto das mudanças climáticas nas zonas polares é ainda a maior preocupação quanto à enchente da bacia.
A nascente, conforme o geólogo, recebe principalmente as águas das chuvas. Logo, a ausência de neve não compromete a cheia do rio.
"O derretimento do gelo, não só no Peru, mas também nas áreas polares, essa água tem um caminho pelo oceano que chega ao Peru, e isso reflete nos nossos rios. Então esse impacto pode influenciar na nascente do rio Amazonas, sendo a consequência cada vez maior na questão das cheias", completou.
A série "Expedição Mismi: Caminho à nascente do Rio Amazonas" começou a ser exibida, nesta segunda-feira (18), durante o Jornal do Amazonas 2ª edição.
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Publicada por: RBSYS