Caio César de Souza Dias alega legítima defesa. Ministério Público entende que policial atirou com a intenção de matar as vítimas e por motivo fútil. PM é preso suspeito de balear homem e adolescente durante briga em bar de Goiânia
O policial militar Caio César de Souza Dias foi denunciado por tentar matar pai e filho durante uma briga dentro de um bar, em Goiânia. Um vídeo feito por um dos clientes mostra o desespero das pessoas ao ouvirem os disparos.
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Em nota, o advogado Ricardo Naves, que representa Caio, afirma que a investigação da Polícia Civil (PC) concluiu que o policial foi agredido e que agiu em legítima defesa. Por isso, segundo ele, as acusações são inconsistentes.
A advogada Karine Gonçalves, que representa as vítimas Bruno Mairink e Eduardo Mairink, afirma que eles confiam na justiça e na condenação de Caio, que, segundo ela, colocou a vida deles e dos demais clientes do bar em risco.
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Ao g1, o delegado Murillo Leal, titular da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), confirmou que a investigação foi concluída por legítima defesa. O g1 pediu um posicionamento da Polícia Militar (PM) e aguarda retorno.
O policial foi denunciado pelo Ministério Público (MPGO) no dia 4 de março por dupla tentativa de homicídio. O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) informou que não recebeu a denúncia até a última atualização desta matéria.
PM é denunciado por balear pai e filho durante briga em bar de Goiânia, Goiás
Reprodução/Instagram
O crime
Caio foi preso na madrugada do dia 30 de abril de 2023 após balear Bruno, de 42 anos, e Eduardo, de 16. Segundo a denúncia, o bar estava cheio e, por isso, Bruno e Caio estavam sentados em mesas muito próximas uma da outra.
Após diversos esbarrões, Bruno e Caio começaram a discutir e trocaram empurrões. Neste momento, Eduardo teria dado um soco no policial e Bruno apontado uma garrafa para Caio, que sacou a arma e atirou contra eles.
Clientes se assustam durante briga no bar Velho Texas, em Goiânia, Goiás
Reprodução/TV Anhanguera
Um vídeo mostra a gritaria no bar após a confusão. Ainda de acordo com a denúncia, o policial foi desarmado por clientes do bar e preso após a chegada da polícia. Bruno e Eduardo foram socorridos pelo Corpo de Bombeiros.
Denúncia
Apesar da Polícia Civil (PC) concluir que o policial agiu em legítima defesa, o promotor de justiça Eduardo Silva Prego entendeu que Caio agiu por uma “discussão banal” e colocou a vida de todos os clientes em risco.
“Os crimes foram cometidos por motivo fútil [e] com emprego de meio que poderia resultar perigo comum”, escreveu Prego na denúncia.
Caio César de Souza Dias, suspeito de atirar contra homem e adolescente em bar de Goiânia
Reprodução/Instagram
Para o promotor, o policial atirou contra as vítimas de modo consciente com a intenção de matá-los por motivo fútil. Caio chegou a ficar preso por duas semanas, mas foi solto após decisão do próprio Ministério Público.
Nota da defesa do policial militar
A denúncia, malgrado tenha sido subscrita por um Promotor de Justiça extremamente criterioso, o respeitadíssimo Dr. Eduardo Prego, não reflete, minimamente, a dinâmica dos acontecimentos.
Veja que é a própria autoridade policial - que investigou o fato com singular profundidade, quer na oitiva de seus protagonistas , quer na oitiva das testemunhas, quer, enfim, na proficiente análise de toda a prova técnica, notadamente as imagens do circuito de câmeras do local dos fatos - quem, havendo dispersado qualquer dúvida, assevera que o acusado Caio César agiu acobertado pela excludente da legítima defesa própria.
A propósito, essas mesmas imagens, insofismáveis e indesmentíveis que são, desautorizam, por inteiro, todo o conteúdo da denúncia, porque revelam, com respaldo em testemunhas presenciais, que o Acusado foi injustamente agredido pela truculência de pai e filho e, com efeito, na atualidade daquelas agressões, utilizou-se, com extrema moderação, do único meio de que dispunha, isto é a arma de fogo que, na condição de policial militar, trazia consigo.
De maneira que, com o devido respeito às opiniões que não se lastreiam em fatos reais, é, no mínimo, um despropósito formular, nessas condições e circunstâncias, uma acusação consistente duas tentativas de homicídio, com dupla qualificadora cada qual.
Nota da defesa das vítimas
Sou advogada de defesa das vítimas Bruno Mairink e seu filho que foram baleados no Bar Velho Texas, e, conforme mencionei na primeiras entrevistas na época dos fatos, o indiciado, hoje denunciado, Caio César, deveria responder pelo crime de dupla tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil e uso de arma de fogo que resultou perigo de morte não só para as vítimas atingidas pelos disparos, mas também a todos as pessoas que estavam no local. As vítimas estão satisfeitas com a imputação descrita na denúncia e esperam confiantes na justiça para que o réu seja condenado.
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Publicada por: RBSYS