Município admite maior tempo de espera para pacientes com sintomas leves e atribui o aumento à pressão de várias doenças ao mesmo tempo. UPA Anchieta Metropolitana, de Campinas
Adriano Rosa
A busca por atendimento nas unidades de urgência e emergência da Prefeitura de Campinas (SP) disparou 43,5% em uma semana, segundo dados divulgados nesta terça-feira (19) pela Rede Mário Gatti, autarquia responsável pela gestão dos hospitais e UPAs do município.
Pacientes atendidos nas unidades:
11 de março de 2024: 2.447 atendimentos
18 de março de 2024: 3.512 atendimentos
+ 43,5%
Com isso, o município admite que está havendo um maior tempo de espera para pacientes com sintomas leves. "Com a alta demanda, os casos de menor risco, classificados em azul ou verde, precisam aguardar mais tempo pelo atendimento", disse em nota.
Por isso, a orientação do município é que pacientes com quadros leves, principalmente de dengue e Covid-19, tentem priorizar os postos de saúde. Veja recomendação:
Com dor e febre: procurar o posto de saúde mais próximo de casa
Com tontura, dor abdominal forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramento: buscar atendimento nos prontos-socorros ou UPAs.
Dengue, Covid-19 e outras doenças
Ao g1, o presidente da Rede Mário Garri, Sergio Bisogni, afirmou que as redes pública e privada de saúde estão sendo pressionadas, ao mesmo tempo, por diferentes causas:
Aumento de doenças em crianças (30% do total de consultas);
Aumento dos atendimentos de dengue (12% do total de consultas);
Aumento dos atendimentos de Covid-19;
Aumento de pacientes crônicos com agravamento das doenças;
"Isso está acontecendo na rede privada de Campinas também. É geral a situação. Deu um pico de doenças que coincidiu dengue, comorbidades em adultos e doenças nas crianças tudo junto", afirmou Bisogni.
Aumento por unidades
Segundo dados Rede Mário Gatti, todas as unidades de urgência registraram alta nos atendimentos. Veja números:
UPAs Carlos Lourenço, Anchieta, São José e Campo Grande: 1.147 atendimentos para 1.939 (+69%)
Prontos-socorros do Mário Gatti, Mário Gattinho e Ouro Verde: 1.300 para .1573 (+21%)
Bisogni afirmou que nas unidades da rede não há falta de médicos. Explicou que eventualmente pode faltar um profissional ou outro por afastamento médico, mas que o quadro está completo. "Não temos tido problemas, é que a demanda é muito grande mesmo".
Outros hospitais
Na semana passada, todos os leitos de urgência e emergência no SUS do Departamento Regional de Saúde de Campinas (DRS-7) operavam com sua capacidade máxima, ou seja, não havia leitos em prontos-socorros e pronto atendimentos.
São 254 leitos de urgência e emergência nas unidades de saúde públicas municipais e estaduais nos 42 municípios que integram o DRS-7, com sede em Campinas.
Superlotação no HC da Unicamp
Heitor Moreira/EPTV
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Publicada por: RBSYS